quarta-feira

Carta

Querida pessoa,

Hoje escrevo-te porque ultimamente me tenho perdido no tempo. Como faço muitas vezes. Enfim, tu lês os meus textos, sabes como me prendo e perco nas coisas e pessoas muito facilmente.
Hoje em dia diz-se que só falamos com as pessoas quando precisamos delas, e é por isso mesmo que te escrevo. Porque preciso de ti. Na realidade, e vou ser sincero contigo, ultimamente têm sido poucas as pessoas com quem tenho contactado sem ser por necessidade. Mas a última vez que isso aconteceu foi algures no início das aulas, acho. Liguei (`)a Música, só porque me apetecia. Mas mesmo até com a Música, só tenho ido ao seu encontro por necessidade. Sabes quando precisas que te digam aquilo que precisas de ouvir, mas parece que ninguém tu quer dizer? A Música diz-me aquilo que preciso e que quero ouvir. Diz-me tudo, a Música. De Pink Floyd a Radiohead, passando por Audioslave, The Offspring e Soundgarden, parece que a Música tem sempre algo para me dizer. É como o livro dos porquês (olha para as margens do blog, está lá a dizer o que é o livro dos porquês). É que quando eu era pequenino, costumava, às vezes, abrir o livro numa página completamente aleatória e ler o que o livro tinha para me dizer. Era sempre uma coisa nova. Algumas coisas ele já me tinha dito, mas há coisas fascinantes que nos apetece ouvir novamente. Como a voz da Música. Fascina-me sempre, por mais vezes que a oiça.
Enfim, se reparares acabei já por desabafar imenso contigo. Tu sabes que as coisas comigo não andam bem. Entre problemas familiares (mãe), os outros problemas que são supostamente familiares (pai - curioso, ainda hoje espero por aquela chamada), até aos problemas amorosos (vá, quem não tem destes...)... Eu devo ser um íman. Só que é um íman que só atrai merda. Sempre a atrair problemas. Se é lógico que isto aconteça, juro que não percebo esta lógica (da treta -.-').
Enfim. Vou chegar finalmente ao ponto crucial da minha carta. Venho pedir-te um favor. Ultimamente tenho falado tanto sobre a minha vida, que me tenho esquecido que nem eu nem tu falamos da tua. Que achas de eu voltar a falar sobre ti? Posso falar outra vez sobre a tua vida? Contar-te mais histórias sobre ti, ou tu contares-me mais histórias sobre ti? Sinto falta de alguma coisa, talvez seja isso... Deixas?

Aguardo a tua resposta, com muita amizade me despeço,
João.

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