quinta-feira

When you lose someone you cannot replace

Quando gostamos muito de uma pessoa, paramos tudo por ela. A nossa vida, os nossos afazeres. As nossas horas de sono. Quando gostamos muito de uma pessoa, apanhamos frio por elas. Quando gostamos muito de uma pessoa, fazemos tudo para estar com ela, mesmo que não consigamos, e que saibamos que é improvável podermos ir ter com ela. Tudo. Adormecemos ao lado dela para, quando ela acordar, sorrirmos para ela e dizermos-lhe quanto ela é especial e única. Porque era preciso isso, porque tínhamos que fazer isso, mostrar-lhe que não era só mais uma. E que éramos capazes de tudo por elas, mesmo. Mas por vezes fazemos isso demasiado tarde, ou simplesmente não estamos destinados a ficar com elas. E por vezes podemos mudar o destino, mas o destino por vezes vence-nos, por mais voltas que dêmos.
Sabes? Eu tenho medo de subir às árvores. Muito. Para além de ter umas certas vertigens, é algo que me deixa o coração na boca, porque sei que a qualquer momento um ramo pode partir, ou eu posso desequilibrar-me e cair. Mas como tu gostas de subir às árvores, eu teria subido contigo. Por maior risco que estivesse a correr. Só para te ver feliz. Porque eu amo-te. Mais do que alguém alguma vez imaginou. Mais do que parece, mais do que eu sei que amo.
Está na hora de desistir. Não há mais nada que eu possa fazer. Se acontecer, acontecerá. Se não, eu talvez encontre uma maneira de te esquecer. Mesmo que não totalmente. Porque às vezes tentamos o nosso melhor, e não somos sucedidos. E eu acho que já dei o meu melhor. Se o meu melhor não foi suficiente, então talvez só reste o tempo. E o tempo é demasiado incerto, e é como vender a alma ao diabo. E eu estou disposto a isso, a meter as minhas mãos no fogo, a esperar que o tempo dite as coisas.

Now, could anybody fix me?  Coldplay rulla, até.

segunda-feira

I'm that into you.

Hoje é o dia dos namorados, e é o dia em que eu mais pergunto porque é que há dia dos namorados e não há dia dos amigos ou dia dos mais importantes. É para uma vez por ano se lembrarem que amam e são/não são amados? Não obrigado, lembro-me disso todos os dias. Lembro-me todos os dias que amo e não sou amado. E as pessoas que deviam ver este dia feliz, que amam e são amadas, que têm namorados e namoradas, vêem-no como o dia mais deprimente do ano, porque ele/ela não está aqui. Está longe. E eu não sou amado, mas ela está longe. E eu queria que ela estivesse aqui, mas não é porque hoje é o 14 de Fevereiro. Eu queria que ela estivesse aqui todos os dias. Porque não preciso que me lembrem que o amor existe.

domingo

Shine. (clicar)

Há alturas na vida em que não sabemos o que fazer. Se voar é demasiado arriscado porque a queda pode ser grande e as asas podem parar de funcionar de repente, rastejar não é a melhor opção porque a qualquer altura podemos ser confundidos com cobras. Que fazer então?
Algumas cobras comem aves. Nós somos predadores, mas não de engolir tudo de uma só vez. Portanto talvez decidamos voar. Mas assim a qualquer momento podemos ser engolidos por cobras ou, se tal não acontecer, podemos ser mordidos por uma cobra venenosa. Seja como for, saímos magoados se formos aves. Mas... e se formos cobras? Vamos ser das que têm veneno? Das que não têm? Vamos estar à espera de um deslize da presa e vamos atacar?
Não podemos escolher. Mas também não vamos deixar a escolha a cargo da selecção natural. É o mesmo que vender a alma ao diabo. Solução? Cobrave. Somos cobra, somos ave, somos bravos, corajosos, inteligentes, ágeis. E é aqui que chegamos à questão mais dura e complicada da existência: o ser humano é forte, mas não o suficiente para ser cobrave. Por várias razões. Há sempre energia que se dissipa, há sempre energia que se perde. Há sempre factores que nos roubam determinadas coisas indispensáveis. O dia-a-dia, a rotina. O amor, ou desamor. As fraquezas. Todos nós temos fraquezas. O que temos que fazer é encontrar maneira de as fintar.
Eu não sou cobrave. Não conheço ninguém cobrave. Conheço muitas cobras, conheço muitas aves. Conheço um par de flores, também. Depois há sempre os indiferentes. A esses acho que chamo decompositores. E claro, há os cavalos. E uma estrela-flor. E eu dou-me com os cavalos, com o par de flores, alguns decompositores, aves e essa estrela-flor. E acho que me insiro no grupo dos cavalos, aqueles que correm todos os dias para fugir do mais adverso que há, e que levam as outras pessoas com eles. E este levar, é um levar bom. É um proteger, é um dar-lhe velocidade que as pessoas talvez não têm. Ou acham que não têm.
E agora chego ao fim do post. Acho que levei uma hora a escrevê-lo. Talvez mais. Mas valeu a pena. Porque escrever, juntamente com ouvir música, é uma das coisas que ajudam a fintar os malefícios da vida. Porque ela traz coisas boas, mas também traz coisas más. É como a droga: vicia-nos, é bom no momento mas dá-nos doenças. E que vou eu fazer agora? Seguir a luz intensa da minha estrela-flor favorita. E este favorita é errado, porque eu só conheço uma estrela-flor.
Adoro-te, Alexi'Shine.