sexta-feira

Post 73.

I am Amnesiac (1)

Às vezes desejo ficar, repentinamente, com amnésia. Assim podia esquecer aquilo que me apetecesse, podia fazer de conta que tudo é perfeito, que tudo é à minha maneira.
Mas não é.
Às vezes desejo que tudo fosse como no suposto paraíso. Naquele paraíso com que sonhamos todos os dias.
Pois ele não existe.
E tudo o que resta, são estas "Amnesiac sessions".


Come on, Come on
You think you drive me crazy, well

Come on, Come on
You and whose army
You and your cronies

Come on, Come on
Holy Roman empire

Come on if you think
Come on if you think
You can take us all
You can take us all

You and whose army
You and your cronies

You forget so easy
We ride tonight
We ride tonight
Ghost horses
Ghost horses

We ride tonight
We ride tonight
Ghost horses
Ghost horses
Ghost horses

Radiohead, You and whose army (4 Junho 2001)

I Wish I could be Amnesiac right now.

Radiohead

Sejam felizes como eu fui.

terça-feira

AventurA

"Em qualquer aventura, o que importa é partir, não é chegar". Esta frase não é minha, mas despertou-me o bichinho. Opá, não me perguntem, fez-me apetecer-me escrever. E eu já devia ter escrito na altura, tinha uma coisa boa sobre a qual ia escrever, juro, mas não me lembro. A minha memória ultimamente tem sido afectada. Parece que só ficam algumas coisas. As que me apetece mesmo mesmo muito guardar. Como aquelas de ficar em pé a ouvir uma voz que não vejo, que não sinto perto de mim. Só oiço, só tenho direito a um cheirinho. E queremos sempre mais, mas esta voz está longe, e é tão difícil saber que não vou poder ter esta voz nas minhas mãos em breve. E eu queria tanto, queria tê-la aqui, queria que ela visse o meu sorriso enquanto fazia som, queria ver o sorriso dela enquanto me deliciava a ouvi-la.
Eu quero muito, juro, quero acreditar muito que a frase é verdade. "Em qualquer aventura, o que importa é partir, não é chegar". Juro que quero sentir cada palavra verdadeira. Mas há uma aventura que para a qual eu quero muito partir que não tem sentido se eu não puder chegar. E o problema de eu ainda estar aqui sentado? Não tenho coragem para ir lá. Quero muito agarrar numa mochila, guardar uma escova e uma pasta dos dentes, um pijama (apesar de o pijama ser sobrevalorizado :P), uma muda de roupa, e partir à descoberta. Descoberta? Sim, eu não sei onde a voz mora :P Mas nem é por isso que eu não tenho coragem. É porque tenho medo das consequências. E eu amo-a, eu amo a voz, perguntem a quem quiserem. Mas não dá.
Big question: alguém é capaz de criar um aparelho que elimine as consequências, e me leve à voz? Obrigado. Não tenho muito dinheiro, mas as minhas poupanças estão disponíveis para pagar. As minhas poupanças estão disponíveis para a voz. As minhas poupanças estão disponíveis para esta AventurA. E afinal a frase é verdade: "Em qualquer aventura, o que importa é partir, não é chegar". Se eu partir nesta aventura, é certo que vou chegar.

domingo

O contador de hotéis voltou ao início.

AA - Alexandra Amarela

É giro quando nos pomos a contar histórias de quando éramos pequenos. É giro rever as coisas que pensávamos na altura, a forma como víamos o mundo. É giro vermos como nos imaginávamos, neste preciso momento. Eu não me imaginava sentado em frente ao computador a escrever num blog, há uns anos atrás. Imaginava-me no quarto, talvez a ouvir música e a escrever PARA MIM.
É, é verdade. Quando eu era pequeno imaginava-me anti-social para sempre, um rapaz que passava a vida deprimido, a querer estar no seu mundo e apenas no seu mundo. Mas e repente tudo mudou. E eu tinha-vos contado o que aconteceu nessa altura, mas decidi apagar tudo. Porque as pessoas que eu queria que soubessem que a presença delas na minha vida é importante já o sabem, e sabem quão importante é Coimbra.
Aliás, eu vou ser-vos sincero. Eu não vim aqui para falar do passado longínquo. Não vim aqui para rever todas as minhas memórias. Há algumas que magoam bastante.
Mas deixemo-nos destas coisas. Tu sabes do que vim falar, sabes que te vim escrever. Porque as tuas mãos são amarelas, o teu cabelo é laranja e a tua boca (e olha que eu já olhei muito para ela) é azul. Sim, sim, pareces o arco-íris. E então? Quando eu era pequeno sonhava um dia fazer uma visita de estudo ao arco-íris. Sim, isto parece idiota, e então? Hoje eu sonho fazê-lo contigo. E sei que nunca o vou poder fazer, mas desejo que um dia pegue nas tuas mãos amarelas, mexa no teu cabelo laranja e beije a tua boca azul. Talvez um dia isso aconteça, talvez não. Que importa? O que importa é que já tive o arco-íris na minha mão. E nada mais importa.
Comentei no blog de uma pessoa que é pena que a felicidade não venha em pequenas caixas. E é mesmo pena. O mais giro é que afinal até pode vir, já que os telefones vêm em caixas pequenas. E eu não sei, mas o telefone é uma caixa amarela de onde vem a felicidade, de onde vem a tua voz.
O céu de dia é azul, as nuvens são brancas e a minha felicidade é amarela, porque tu és amarela. E eu não gosto de amarelo, mas gosto de ti. And you know I love you so.