terça-feira

AventurA

"Em qualquer aventura, o que importa é partir, não é chegar". Esta frase não é minha, mas despertou-me o bichinho. Opá, não me perguntem, fez-me apetecer-me escrever. E eu já devia ter escrito na altura, tinha uma coisa boa sobre a qual ia escrever, juro, mas não me lembro. A minha memória ultimamente tem sido afectada. Parece que só ficam algumas coisas. As que me apetece mesmo mesmo muito guardar. Como aquelas de ficar em pé a ouvir uma voz que não vejo, que não sinto perto de mim. Só oiço, só tenho direito a um cheirinho. E queremos sempre mais, mas esta voz está longe, e é tão difícil saber que não vou poder ter esta voz nas minhas mãos em breve. E eu queria tanto, queria tê-la aqui, queria que ela visse o meu sorriso enquanto fazia som, queria ver o sorriso dela enquanto me deliciava a ouvi-la.
Eu quero muito, juro, quero acreditar muito que a frase é verdade. "Em qualquer aventura, o que importa é partir, não é chegar". Juro que quero sentir cada palavra verdadeira. Mas há uma aventura que para a qual eu quero muito partir que não tem sentido se eu não puder chegar. E o problema de eu ainda estar aqui sentado? Não tenho coragem para ir lá. Quero muito agarrar numa mochila, guardar uma escova e uma pasta dos dentes, um pijama (apesar de o pijama ser sobrevalorizado :P), uma muda de roupa, e partir à descoberta. Descoberta? Sim, eu não sei onde a voz mora :P Mas nem é por isso que eu não tenho coragem. É porque tenho medo das consequências. E eu amo-a, eu amo a voz, perguntem a quem quiserem. Mas não dá.
Big question: alguém é capaz de criar um aparelho que elimine as consequências, e me leve à voz? Obrigado. Não tenho muito dinheiro, mas as minhas poupanças estão disponíveis para pagar. As minhas poupanças estão disponíveis para a voz. As minhas poupanças estão disponíveis para esta AventurA. E afinal a frase é verdade: "Em qualquer aventura, o que importa é partir, não é chegar". Se eu partir nesta aventura, é certo que vou chegar.

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