quarta-feira

Aviso: há um texto em falta antes do que vou copiar para aqui hoje (copiar porque o texto foi escrito hoje, há algumas horas atrás).

É giro. A caneta agora não me escapa dos dedos. Acho que já sei o que aconteceu. A verdade, é que eu já não escrevia há muito tempo. Com escrever quero dizer em papel. Os últimos 20 mil textos que escrevi foram feitos premindo cuidadosamente umas quantas teclas, algumas infinitas vezes.
Estou na aula de Biologia. Tenho mais que fazer (prestar atenção e aprender uns pares de coisas) do que estar a escrever textos. Mas quando ponho os meus olhos a ver o mundo, parece que é obrigatório escrever alguma coisa. É a rapariga da camisola branca, que está à minha frente, que fala com o rapaz à sua direita de t-shirt roxa. É o rapaz à frente dela, de t-shirt cinzenta, que está a escrever uma mensagem a alguém. É a 'stora a explicar a matéria para as duas grandes mesas à sua frente ouvirem. E eu, cá atrás, de t-shirt azul, reparo que o rapaz que está à minha direita, de t-shirt vermelha, espreita para a folha onde estou a escrever. (olha, engraçado, a 'stora acaba de chamar o rapaz de t-shirt roxa à atenção, por estar na conversa. Ao que parece "o João está coma  voz mais grossa").
É giro. às vezes escrevo sobre tudo, outras sobre nada. É que a minha vida é como uma pedra: a única maneira de a alterares é atirando-a a uma parede ou ao chão, e ela parte-se. Divide-se. E ainda assim, foi porque alguém a agarrou e largou, alguém que não eu, porque a vida é minha e as pedras não têm vontade própria.
Por favor, se queres moldar a minha vida, não a partas, como tantas outras pessoas fizeram. Derrete-a.

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