segunda-feira

Há dias em que me apetece escrever só porque sim. E talvez hoje seja um dia assim. No entanto, as tentativas de escrever alguma coisa com sentido ou que fosse alguma coisa de jeito revelaram-se autênticos falhanços. Mas pode ser que agora saia alguma coisa de razoável.
Quando estive em casa do meu pai, um dia, estive ao pé da praia. E, hoje que penso nesse dia, arrependo-me de ter estado obcecado por causa das compras e de levar as visitas para minha casa para não andarem comigo e com ele às compras, que acabei por me esquecer das saudades que tinha do mar, das saudades que tinha de sentir a areia por baixo dos meus pés. Acabei por nem me lembrar que se calhar as visitas poderiam, também, e tal como eu, fazer uma visita ao sítio onde se vê o céu tocar o mar. Um dia perguntaram-me o porque é que a praia era tão importante para mim, e porque é que eu só gostava de lá estar quando ela estava deserta.
Pois bem, nesse dia, eu respondi: "It's complicated". E fugi à pergunta. Mas acho que hoje estou em condições e com coragem de vos dizer o porquê desta paixão pelo mar, pelo céu, pela areia.
Olha para o céu. Se não for de noite, vês nuvens e cores bonitas, que te enchem o olho e te causam calafrios na espinha. Se não for de dia, vês estrelas, a lua, planetas. Tantas coisas bonitas. Principalmente as estrelas, ou assim o dizem, dizem que as estrelas são tão, mas tão bonitas. E, de facto, têm um brilho tão intenso, algumas. E depois há aquelas que se destacam. Umas maiores, outras mais pequenas. Umas mais próximas, outras mais distantes. Mas para mim, o que importa não é o tamanho nem a distância. Para mim, o que importa é o brilho. E as estrelas mais interessantes, mais bonitas e mais importantes são as que brilham mais.
Depois, o mar. Aquele cheiro a maresia que entra pelas narinas a dentro e causa borboletas no estômago. Ao molhar os pés, sinto arrepios no corpo todo e uma calma e paz interior ao fim de algum tempo.
Depois, a areia. Aqueles pequenos grãos de areia que, apesar de serem pequenos, conseguem causar impressão nas pessoas, conseguem fazer-se importantes, apesar de ser composta por tão pequenas partículas.
E porquê o estar vazia? Porque se estiver muita gente, nem consigo sentir bem a areia nos meus pés, nem tenho espaço para os molhar, nem tenho ângulo de visão para avistar o céu como quiser. E além disso, o cheiro acaba por não ser o mesmo. E eu adoro arrepios na espinha, calafrios, e borboletas no estômago.
Adoro-te, praia. :)

Sem comentários: