quarta-feira

Há pessoas que me dizem que eu devia escrever textos felizes, cheios de pós de perlimpimpim por tudo quanto é sítio, com sonhos cor de rosa e paraísos à mistura. Há pessoas que me dizem que eu as ponho tristes quando escrevo coisas tristes.
Pois bem, caiu-me a máscara. Alguém me rogou uma praga e eu, tão farto dela, achei que mais valia tirar fardos das costas. E a máscara estava na minha cara, mas fazia pressão nas minhas costas. Na realidade, a máscara até na minha mente estava.
E penso bem, e sei que quem me rogou esta praga foi ela. Deve ter pensado que não tinha mais nada que fazer então rogou-me uma praga. Vudu, ou algo do género. E quem é ela, perguntam vocês?
Pois bem, refiro-me à minha própria mente. Às vezes torno-me demasiado instável. E acabo por emitir partículas alfa e beta. E talvez tenha sido isso. Talvez tenha sido isso que para além de me colocar uma máscara colocou uma máscara nas outras pessoas. Porque eu queria ver o mundo assim, e o nosso cérebro por vezes molda-nos as coisas conforme nós as queremos ver, e eu queria ver tudo bem. Até me olhava ao espelho e via alguém feliz, sorridente. Isto pode parecer tudo muito estranho, mas eu acredito que no fundo eu estava feliz, porque ainda reinava em mim alguma esperança.
Pois bem, essa esperança acabou, e eu finalmente vi o mundo como ele está. E eu pensava que fazê-lo me ia fazer ficar melhor, mas ainda estou com a cabeça mais em água. E estou farto disto, juro que estou farto disto, estou farto do msn, estou farto do telefone, estou farto do telemóvel, estou farto do computador, estou farto do facebook, estou farto do blogger, estou farto de música. Estou farto do mundo, estou farto de ti, estou farto de mim mesmo.
Será que se eu partir a casa toda o meu pai fica muito chateado?
Será que há alguma coisa que eu possa fazer?
Será que é possível tudo acabar?
Será que é possível as coisas serem como nós queremos?
Será que podemos fazer as pessoas tão felizes como queremos que elas sejam?
Será que podemos ter a única coisa que mais desejamos em todo o mundo, no sítio onde mais desejamos estar em todo o mundo?
As questões-problema normalmente vêm no início da actividade experimental. O que aconteceu para elas virem no final? Um erro experimental.

1 comentário:

Di disse...

numa frase ? O último parágrafo. É p.e.r.f.e.i.t.o.