segunda-feira

What about summer #1

No passado Verão, fiz um "summer camp". Uns pares de semanas afastado de tudo, conhecer gente nova. Estava a precisar de organizar ideias, imaginar e delinear o meu futuro, porque era importante fazer isso. Ou pelo menos sempre mo disseram, que era importante fazer de vez em quando uns planos a curto prazo. E estando eu com 18 anos, parece-me que estava bem na hora de o fazer, de delinear alguns limites, apagar outros.
Éramos uns 20. 12 rapazes, 8 raparigas. Uma das minhas ideias principais era, também, aproveitar para experienciar coisas novas. Por outro lado, eu estava apaixonado por uma rapariga, bonita, talentosa, inteligente, há já alguns 2 anos. Nunca tinha acontecido nada entre nós, mas eu tinha criado a ideia de que ela era a minha alma gémea, a pessoa que melhor me completava, aquilo que eu mais procurava. E conhecer raparigas novas poderia ajudar a... sei lá, abrir novos horizontes. E era isso que eu esperava, conhecer 8 raparigas novas. Não aconteceu.
De alguma forma, alguma força superior, tipo gravidade, sei lá, quis que eu e Mafalda, uma grande amiga minha, com quem provavelmente iria cortar relações, por causa de irmos para universidades diferentes, quis pô-la no meu caminho nesta viagem.
- Já guardaste tudo? - perguntou-me a minha mãe, segurando as suas já gastas mãos com a incerteza de quem deixa partir em aventura o último de 4 filhos. 3 rapazes, uma rapariga. Cada um tem 2 anos de diferença para o mais novo.
- Sim, mãe. Não te preocupes. Água, umas poucas sandes, casaco, e como podes ver, mochila e saco-cama.
- E as chaves de casa?
- Juntas às do carro.
- Faz boa viagem, e diverte-te.
Beijou-me a face esquerda com uma pequena lágrima no canto do olho.
- Eu ligo-te quando chegar, não te preocupes.
E parti eu à aventura, sem saber o que me esperava.
Guardei a mochila na mala, juntamente com o saco-cama, e espetei a chave na ignição. "Adventure, here I come!".

O sol já se punha. O céu, como tela de vermelhos, contrastava com o verde das quinhentas árvores que se avistavam. Já estava atrasado. Eram 6 da tarde e eu tinha que lá estar às 5 e 30. Estacionei, e procurei a entrada.
- Eduardo?
A voz dela gelou-me. Lá se tinha ido a ideia por água abaixo. Só o facto de ter lá alguém que me conhecia estragava a... essência.
- Mafalda! Que agradável surpresa! - e eu que nem era de mentir.
- Bem, parece que vamos ficar aqui juntos durante 4 semanas!
Pois. Que bom que eu pensava que iria ser. E até o meu pensamento se engasgava só de pensar nisso. Pele de galinha ah!

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