segunda-feira

Sit and drink.

Um fim de semana prolongado dá para muita coisa. Dá para dormir até mais tarde um dia. Este em especial até nos deu uma hora a mais, para compensar os ganhos algures pelo caminho.
Mas não vim escrever para dizer que adoro fins de semana só porque um gajo qualquer deciciu fazer uma revolução, ou porque é o dia de celebrar aqueles que já partiram (para isso tinha ficado na caminha que está quentinha e aqui tenho os pés frios). Aliás, eu odeio o dia 1 de Novembro. Não que não goste de ir visitar o meu avô, mas... é por isso mesmo. É que tenho de ir visitar o meu avô. Segurar a minha avó para que ela sinta que apesar de ele ter partido ainda há pessoas ao pé dela vivas que a amam. E eu adoro a minha avó, a sério. Tem instinto maternal. E digo-vos: às vezes sinto mais a minha avó como mãe do que a minha própria mãe. Sei lá, é uma coisa que acontece.
Mas também não me apetece falar da minha avó. Ela hoje magoou-me tanto, com aquelas três palavras. E apesar de a seguir ter dito: "isto é para ti", e ter-me mostrado algo a que não prestei muita atenção. Estava mais preocupado com não deixar que a minha avó inconscientemente abrisse as feridas que saro todos os dias, antes de dormir.
Mas estou a divagar tanto, hoje. A verdade é que hoje vim falar-vos de algo que já falei há alguns dias. Da minha viagem à ilha deserta. Descobri que afinal cabem mais músicas no meu telemóvel do que eu pensava. Fogo, agora aquilo parece do tamanho do mundo! Tenho tipo 500 músicas dos Radiohead, uma data delas dos Kings of Leon e dos The XX e dos Kaiser Chiefs e dos... Bah, qual é o ponto? A música ajuda-me imenso, mas há alturas em que não posso prestar-lhes atenção. Nem cantar com elas. E isso sucka bastante, mas que hei-de fazer? Tenho aulas, estou com outras pessoas, não me posso pôr a cantar ou a ouvir música e tornar-me extremamente anti-social.
A verdade, é que a verdade não existe. A verdade, é que tenho saudades. Gostava que todos os dias fossem cheios de guloseimas e cheios de afecto. Cheios de sorrisos. Algumas tristezas também fazem bem, mas só aquelas que outrora nos fizeram felizes e nos marcaram. Como o meu avô.
Ah, claro. E aqueles dias que passamos com as pessoas de quem mais gostamos. E quem me dera que todos os dias fossem desses dias. Quem me dera poder escolher que quero a meu lado, a fazer-me companhia e a ajudar-me todos os dias. E se eu pudesse escolher, se eu pudesse decidir, juro que íamos todos viver para uma ilha deserta. Só nós. Porque eu sei que vocês também queriam. Porque eu sei que tu querias.

E juro. Não ia sem um oásis à vista.
Sabes, Alexandra? Gosto muito de estar numa ilha deserta contigo, mas preciso do Miguel, da Catarina, da Luísa, do Fred. E do João. Para me ajudar a animar-vos.

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